Mauricio Ortensi | Minibiografia
Olá, sou o Mauricio Ortensi e é um prazer me apresentar para você. Eu Nasci em São Paulo, Capital, no dia 18 de março de 1967 e fui criado na cidade de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, em uma família de imigrantes italianos. Minhas duas avós cresceram como ‘irmãs de criação’ em Santa Adélia, interior de São Paulo. Ali, conheceram seus futuros maridos, casaram-se e, engravidaram na mesma época. Meus pais, primos de criação, nascidos com apenas quatro dias de diferença, dormiram no mesmo berço. Essa junção de famílias nos deixou mais íntimos, pois os tios e tias eram também sogros e sogras, e os cunhados eram primos! Imagine os almoços de domingo com essa turma. Era muita conversa em voz alta e com as mãos, além de muita macarronada.
Origens
O nome da família vem do meu bisavô, Giovanni Ortensi, que nasceu na Itália em 1876 e veio para o Brasil em 1899. O Giovanni não conheceu seus pais. Ele foi deixado em um orfanato, perto de Veneza. Ali ele foi criado e, quando saiu, foi servir no Exército Italiano. Giovanni se casou com Virgínia Finco e um dos seus sete filhos é o Luiz Ortensi, meu avô paterno, que nasceu no Brasil, em 1921.
O Luiz Ortensi tinha espírito empreendedor. Deixou o interior, passou uma temporada no Paraná e foi para Guarulhos, na Grande São Paulo, onde aprendeu e desenvolveu os ofícios de pedreiro e carpinteiro. Mas o dom dele, seu maior talento, era unir as pessoas. Logo tornou-se empreiteiro e fundou uma empresa de construção que prosperou e chegou a ter mais de cem funcionários, máquinas, caminhões e um escritório no centro da cidade de Guarulhos.
Toda a pequena família prosperou e eu posso dizer que tive uma infância rica, graças à empresa do ‘vô’ Luiz e ao trabalho árduo de meu pai, Luiz Eduardo Ortensi, filho mais velho do Luiz Ortensi. Meu pai se formou Contador, tinha seu próprio emprego durante o dia e cuidava da contabilidade da empresa da família à noite e nos finais de semana. Seu irmão mais novo, Odair Leonel Ortensi, formou-se Arquiteto e cuidava dos projetos. O cunhado, José Sérgio Câmera, casado com a irmã do meio, Maria Virgínia, cuidava da supervisão dos canteiros de obras. Mas o Luiz Ortensi era o Maestro que conseguia os clientes e os contratos.
Em dezembro de 1976, durante um jantar na casa do ‘vô’ Luiz, estavam com ele a esposa Ana, seu irmão Leonel com a esposa Francisca e seu neto mais velho, o Mauricio Ortensi (eu). De repente, ele sofreu um mal súbito. Foi levado às pressas ao hospital, mas faleceu três dias depois, vítima de um AVC.
Nem a família, nem a empresa estavam preparadas para a ausência do Luiz Ortensi. A falência veio pouco mais de um ano depois e, com ela, um revés financeiro que impactou a todos por muitos anos. A cena daquele jantar, do rosto dele quando passou mal e o desespero da família ficaram marcados profundamente em minhas memórias.
Vida pessoal
Depois da infância rica, concluí meus estudos básicos em um período de grande dificuldade financeira para a família e isso teve um impacto em meus anos de adolescência e início da idade adulta. Eu via o sacrifício de meu pai para sustentar minha mãe e três filhos e queria ajudar a família a sair daquela situação. Por isso, o meu foco era no trabalho e nos estudos. Eu acordava de madrugada para trabalhar, pois ia a pé para economizar no transporte. E, após o longo dia de trabalho, ia a pé para a faculdade, onde chegava cedo para estudar, antes das aulas começarem. Confesso que me tornei o típico nerd, sempre com um livro nas mãos. O resultado foi que eu tive poucas experiências amorosas, quase todas superficiais, com uma exceção, que durou sete anos, mas acabou de modo ruidoso.
Quando estava com 29 anos, conheci a mulher que se tornou meu grande e eterno amor. Eu trabalhava no Banco Sudameris como coordenador de projetos para a Diretoria de Tecnologia, quando uma nova secretária executiva foi contratada para a área. Lembro-me vividamente da chegada daquela loira espetacular, vestindo uma calça preta com discretas riscas brancas, sapatos de verniz de salto alto, uma blusa branca com colete de renda e os cabelos presos em um coque com varetas de madeira, em estilo oriental. Era a Rosana Reimberg. Nos casamos três anos depois, em 15 de novembro de 1999, e desde então, ela é a minha maior inspiração e a força propulsora por trás de tudo que realizo.
Carreira
Quando jovem, meu sonho era cursar Medicina, mas a minha condição financeira me obrigou a trabalhar e eu não poderia fazer uma faculdade de tempo integral. Porém, como eu queria ter logo um diploma superior para melhorar de emprego, decidi cursar Biologia, uma área que eu também gostava, em uma faculdade perto da minha residência, a Universidade de Guarulhos. Com mensalidades acessíveis e sem a exigência do tempo integral, eu trabalhava durante o dia em uma imobiliária e estudava à noite e nos finais de semana. Dessa forma, eu pagava com sacrifício as mensalidades e ainda conseguia ajudar meus pais com as despesas da família.
Contudo, aos dezenove anos, após apenas seis meses na faculdade, fui convocado para servir no Exército. Sem alternativa, tranquei a matrícula e ingressei no serviço militar. Seguindo meu jeito de ser, já que eu era obrigado a estar ali, mergulhei de cabeça nos treinamentos. Aprendi muito, incluindo cuidar das minhas roupas, algo impensável quando eu morava com meus pais. Gostei da vida de aventuras, dos acampamentos com combate simulado na mata, treinos de tiro e muito treino físico. Aprendi a dirigir jipe e caminhão e até dei uma volta de helicóptero. Cheguei a pensar em seguir carreira militar e comecei um curso para cabo. Mas, para ser sincero, não vi ali o futuro que eu queria para mim. Pedi baixa após a formatura de cabo e retomei meus planos de estudar.
A medicina continuava fora do alcance e eu decidi procurar algo que desse resultados mais imediatos. Em 1987, a Universidade de Guarulhos, minha alma mater, introduziu vários cursos novos e atraentes, entre eles o de Análise de Sistemas. A Era da Informática estava apenas começando e o futuro parecia promissor. Com muito esforço e o apoio fundamental dos meus pais, que abriram mão da minha ajuda financeira para que eu pudesse arcar com as mensalidades mais caras, abracei essa oportunidade e, ainda durante o curso, em outubro de 1990, conquistei meu primeiro emprego como Programador de Computadores em uma indústria metalúrgica.
A demanda por profissionais de tecnologia era alta e, em pouco tempo, cresci na carreira, obtendo melhores posições e salários. Nos anos seguintes, obtive certificações importantes e um MBA em Gestão Estratégica de Negócios. Construí uma trajetória sólida como Desenvolvedor e Arquiteto de Sistemas, Gerente de Projetos e Gestor de Equipes de Tecnologia, transformando ideias em soluções inovadoras para grandes empresas, especialmente no setor financeiro. Atuei na área de Tecnologia até fevereiro de 2025, quando encerrei esta carreira de 35 anos para iniciar uma nova jornada, como Escritor.
A Nova Jornada
A origem dessa mudança começou na infância, quando descobri o fascinante universo da literatura, graças ao meu sábio pai, que me presenteou com centenas de livros de ficção dos mais diversos gêneros, incluindo grandes clássicos. Essas obras acenderam minha imaginação e foram a base da minha paixão pelos livros. Inspirado pelo que lia, comecei a escrever as minhas próprias histórias. Inventei personagens e cheguei a rabiscar alguns contos, mas não levei a sério e, com o tempo, infelizmente, esse material se perdeu. Mas o gosto de escrever permaneceu. Eu estava sempre entre os melhores da classe em redação e escrevi até poesia, ganhando um concurso escolar em 1984.
Em 2020, durante o isolamento da pandemia de Covid-19, com mais tempo para reflexão e estudo, voltei os olhos para a antiga paixão e comecei a explorar minha capacidade literária. Eu já havia, nessa época, criado um web site sobre a origem da minha família, com base em documentos obtidos na Itália para o processo de cidadania do meu tio Odair Leonel. Esse material foi o ponto de partida para uma extensa pesquisa e resultou no site www.ortensi.com, minha primeira experiência na criação de conteúdo escrito que foi publicado. Esse estímulo criativo me impulsionou a um projeto mais ambicioso e fascinante: escrever um romance inspirado na história do meu bisavô, o Giovanni Ortensi. A ideia era mesclar informações biográficas reais, baseadas em documentos e fatos conhecidos, com elementos de ficção para ‘criar’ os pais que ele não conheceu e imaginar as circunstâncias que os levaram a ser deixado na ‘Roda dos Expostos’ de um orfanato. Apesar das dúvidas iniciais (sim, eu relutava em reconhecer que tinha aptidão para ser Escritor), descobri na escrita uma realização que superou até o meu fascínio por tecnologia. Foi assim que nasceu “A roda e a medalha”, meu romance de estreia.
Meu objetivo é que “A roda e a medalha” seja o início de uma série de projetos nos quais, em vez da linguagem binária das máquinas, eu explore uma linguagem muito mais rica, complexa e, para mim, profundamente apaixonante: a linguagem humana. É um caminho que sigo agora com dedicação total, impulsionado pelo desejo de compartilhar histórias que ressoem e inspirem, construindo uma conexão duradoura com meus leitores.