Escritor — a Nova Jornada
Do Código às Palavras...
Iniciei minha jornada na área de Tecnologia da Informação em 1990 e, ao longo de 35 anos, minha vida profissional foi formada por códigos, softwares e soluções tecnológicas. Construí uma carreira sólida como desenvolvedor de sistemas e arquiteto de software especializado em estruturas de dados e inteligência de negócios. Trabalhei em projetos inovadores, transformando ideias em soluções para grandes empresas nacionais e internacionais. É uma carreira de muitos desafios, mas sempre me garantiu segurança e estabilidade.
Durante o isolamento da pandemia de Covid-19, o home office em meio período me proporcionou algo precioso: tempo para refletir e estudar. Meus olhos se voltaram para uma paixão antiga, que começou na infância, quando descobri o fascinante universo dos livros, graças ao meu sábio pai, que me presenteou com centenas deles, incluindo os grandes clássicos da literatura.
Foi assim que, em 2021, em plena pandemia, tive a inspiração de voltar a explorar essa linguagem, mais complexa e, para mim, ainda mais apaixonante que as linguagens de computador: a linguagem humana.
Esse impulso criativo me levou a idealizar um projeto ousado: escrever um romance, baseado na história do meu bisavô, unindo fatos de sua vida com partes de ficção. (Para saber mais como surgiu a inspiração para o livro, leia os artigos da seção Bastidores do Livro no Blog).
Foi assim que decidi que era hora de começar a escrever. Os quatro anos seguintes foram intensos, conciliando o tempo com projetos de TI em meio período com o estudo do mercado editorial e capacitação em técnicas de escrita, enquanto eu continuava a escrever o meu primeiro livro.
Desse mergulho nasceu “A roda e a Medalha, um romance de ficção com pré-lançamento marcado para abril de 2026.
Os desafios da mudança
Iniciar uma nova carreira não é um passeio no parque. Mesmo que seja para fazer algo que amamos, podemos nos sentir despreparados e sem as competências necessárias. No início, confesso, eu negava que tinha aptidão para escritor. Experimentei na pele a famosa “síndrome do impostor”, que me levava duvidar de que eu poderia me tornar um escritor de fato.
Porém, no processo, descobri que as habilidades que desenvolvi ao longo de anos na carreira em TI — foco, disciplina, relacionamento interpessoal, raciocínio lógico e, principalmente, criatividade — formavam um alicerce sólido para qualquer nova carreira. Antes, eu aplicava essas habilidades na arquitetura de sistemas; agora, as uso na construção complexa de narrativas, personagens e estruturas de um romance, garantindo a solidez que o ofício literário exige. Ou seja, descobri que eu não estava começando “do zero”! Isso me motivou a seguir adiante e pode inspirar qualquer pessoa que planeja iniciar uma nova carreira: talvez você ainda não possua as competências técnicas específicas, mas precisará conquistá-las. Mas possui experiência de vida e muitas outras competências que irão pavimentar seu novo caminho.
Outro desafio que muitas pessoas enfrentam é a questão financeira, e essa é uma preocupação pertinente e de vital importância, pois, sem recursos, fica mais difícil chegar a algum lugar. Independentemente de qual nova carreira uma pessoa escolha, seja Escritor, Músico ou Master Chef, recomeçar quase sempre significa voltar à fase de iniciante, com pouco ou até nenhum retorno financeiro no início. Existem várias soluções para esse desafio. A primeira, caso você tenha tido esta disciplina, é ter uma uma fonte de renda paralela, uma reserva financeira que sustente o novo ofício até que comece a gerar retorno.
No meu caso, sou um escritor estreante, e o mercado literário brasileiro, especialmente para romances de ficção, é competitivo e possui uma base de leitores (ou, se preferir, ‘clientes’) pequena, comparada a outros mercados. Assim, eu não planejei que a profissão de escritor me sustentasse, pelo menos, não por enquanto. Concilio minha atuação como consultor de tecnologia para manter minha renda e poder investir recursos na produção e divulgação dos livros. Mas, fiz um planejamento sólido para manter o ritmo, continuar a escrever novos títulos até firmar minha marca pessoal como escritor e aumentar as vendas. Também iniciei a análise e mapeamento de processos de financiamento coletivo e estratégias para conquistar editoras, opções que posso explorar no futuro para viabilizar minha dedicação integral à nova carreira.
Enfim, há solução para qualquer desafio, mas não há mágica. Quem inicia uma nova jornada precisa arregaçar as mangas e trabalhar para obter esses recursos, provavelmente realizando tarefas às quais não estava acostumado em sua carreira anterior, como construir e ‘vender’ uma marca pessoal, expor-se nas redes sociais, participar de eventos e solicitar apoio.
Para quem já pensou em iniciar uma nova jornada mas o medo das dificuldades impediu, deixo uma reflexão. Descobri que não há atalhos, mas há atitudes poderosas que, se tomarmos, tornaremos o caminho mais gratificante e bem sucedido. Eis um resumo dessas atitudes:
1. Acredite em você (confiança).
2. Prepare-se (planejamento, obtenção de recursos e capacitação).
3. Não desista (resistência).
4. Adapte-se às mudanças (resiliência).
5 Aproveite a jornada (porque o caminho pode ser tão interessante e recompensador quanto o destino).
Se você se identificou com essa experiência ou tem interesse no tema de transição de carreira, siga-me nas redes sociais! Por lá, continuarei compartilhando meus aprendizados e reflexões sobre este novo capítulo e sobre como construir uma carreira que realmente te motiva.
Para me conhecer melhor, leia a minha Minibiografia.